A angiofluoresceinografia retiniana – também chamada retinografia fluorescente – tem como objetivo a avaliação do sistema vascular da retina a partir da obtenção de fotografias de alta definição, capturadas com uma câmera especial acoplada em um filtro próprio, após o uso de um corante de fluresceina feita endovenosa. Dessa forma, esse exame proporciona a análise retiniana para a descoberta de lesões e outras anomalias que possam acometer a retina, nervo óptico e coroide. Geralmente esse exame é indicado para pacientes que tenham distúrbios circulatórios na retina, como áreas de isquemia, hemorragias, etc. Sendo assim, as principais indicações de realização desse exame são:
- Retinopatias diabética e hipertensiva;
- Edema macular;
- Retinopatia serosa central;
- Oclusões vasculares da retina;
- Traumas com acometimento retiniano;
- Tumores intraoculares;
- Inflamações como uveites posteriores e coriorretinites;
- Distrofias de retinas;
A duração do exame é de 15 minutos em média, mas como é necessário chegar antes para dilatar a pupila e precisa ficar em observação posterior para não haver possíveis reações após o uso do contraste, estima-se que o tempo gasto dentro do Hospital de Olhos seja em torno de 1h30. A dilatação e a dificuldade de reestabelecimento da visão promovida pelo preparo do colírio pode durar até 8 horas. É recomendado que o paciente submetido à angiofluoresceinografia retiniana tire o dia de folga para recuperar-se.
- É proibido estar de lentes de contato nesse dia do exame, e é importante levar óculos escuros para evitar a sensibilidade causada pela luz após o exame.
- A alimentação precisa ser leve, e o jejum de água e comida devem ser feitos por 4 horas antes do exame em pacientes hígidos. Se o paciente for diabético, não é necessário realizar um jejum completo, ele pode ser apenas de 2 horas.
- Apesar de o exame ser bastante seguro e indolor, é preciso seguir corretamente as instruções e estar atento às reações adversas que podem ocorrer durante a realização do exame.
REAÇÕES ADVERSAS E CUIDADOS NO LOCAL DA ESCOLHA: Reações alérgicas podem aparecer durante o exame, inclusive quadros de hipersensibilidade, que podem ocorrer em intensidades variadas de paciente para paciente. Isso ocorre devido aos componentes do contraste injetado na veia periférica. O paciente pode sentir coceira, tontura, náusea e vômito. Efeitos adversos graves com dificuldade respiratória, arritmia e quadros clínicos severos com risco de parada cardiorrespiratória e óbito são extremamente raros, mas há descrições que podem ocorrer com relatos na literatura.
Por essa razão, realizar o exame em local apropriado com suporte de urgência e respaldo hospitalar médico é fundamental. Com o paciente no centro de todas as ações, no Hospital de Olhos Piracicaba realizamos o exame sobre a supervisão de equipe médica treinada com suporte vital de urgência completa presente (carrinho de anestesia, desfibrilador, BINA, respirador ventilatório) e um com médico anestesista supervisionando os exames.
– Os pacientes que já apresentaram alguma reação de hipersensibilidade ao contraste – portadores de asma severa não controlada, pessoas com episódio de infarto agudo do miocárdio recente, grávidas e mulheres que estão amamentando – não devem realizar o exame.
- A angiofluoresceinografia não é contraindicada para pessoas com alergia ao iodo – um tipo de contraste que tem maior chance de causar hipersensibilidade – ou a frutos-do-mar. Isso porque a fluoresceína sódica não contém componentes de nenhuma dessas substâncias.
- É fundamental que o local do exame tenha suporte de conduzir os casos de reação adversa com segurança e que o paciente tenha completo entendimento da indicação do exame na sua pertinência e dos riscos.